OAB divulga edital do XXXIII Exame de Ordem Unificado

A OAB Nacional, por meio da Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado, divulgou, nesta quarta-feira (11), o edital de abertura do XXXIII Exame de Ordem Unificado (EOU). As inscrições poderão ser feitas entre os dias 12 de agosto de 2021 (17h) a 19 de agosto de 2021 (17h). O último dia para pagamento da taxa de inscrição é no dia 27 de setembro de 2021.

Clique aqui para ler o edital do XXXIII EOU

As inscrições são realizadas exclusivamente via internet no site da Fundação Getulio Vargas, instituição responsável pela aplicação da prova. A 1ª fase - prova objetiva - está programada para o dia 17 de outubro de 2021. A 2ª fase - prova prático-profissional - será realizada no dia 12 de dezembro de 2021.

A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado. O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. Poderão realizá-lo os estudantes de Direito do último ano do curso de graduação em Direito ou dos dois últimos semestres.

 

“Advocacia deve caminhar fortalecida, independente e aguerrida”, diz secretário-geral

O secretário-geral da OAB Nacional, José Alberto Simonetti, discursou em homenagem ao Dia da Advocacia, na manhã desta quarta-feira (11), durante ato na "Semana Jurídica 2021 - LGPD e seus reflexos nos principais ramos do Direito". Representando o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, Simonetti homenageou a advocacia, fez uma defesa firme de advogados e advogadas como elementos fundamentais para manutenção do Estado Democrático de Direito e falou sobre as conquistas da OAB para a classe. Seu discurso ocorreu no painel 8 da Semana Jurídica 2021, com o tema “Homenagem à Advocacia, Desafios e Conquistas”.

“A busca pelas liberdades fundamentais é a argamassa principal da Ordem e o nosso fio condutor é a dignidade humana. Em tempos de crise, a advocacia deve caminhar cada vez mais fortalecida, mais independente e mais aguerrida. Precisamos permanecer sendo a ponte para o diálogo fraterno. Nossa função nessa quadra histórica é ajudar a criar, no mundo do direito, um ambiente capaz de produzir discussões técnicas que garantam o exercício da livre defesa, a proteção das minorias e a evolução democrática da nossa pátria”, disse Simonetti.

“Saibam que lutamos sem descanso para assegurar a dignidade de todo advogado e de toda advogada em cada canto, em cada região, em cada município, deste país. Esta é a nossa missão. É a missão da Ordem dos Advogados do Brasil”, acrescentou Simonetti, que salientou ainda a importância da luta da Ordem em defesa das prerrogativas da advocacia e a relevância delas para a cidadania.

“As prerrogativas da advocacia constituem meios eficazes das garantias constitucionais. Ao serem regidas pelo interesse público, constituem elementos imprescindíveis para a concretização dos ditames da justiça e da Constituição. O advogado e a advogada são essenciais para o acesso à Justiça. Por isso, toda a iniciativa que assegura as prerrogativas profissionais da advocacia é uma conquista da própria cidadania brasileira, cujos direitos fundamentais são resguardados ante os arbítrios e ilegalidades”, afirmou o secretário-geral da OAB Nacional.

ESA Nacional
Durante o painel Homenagem à Advocacia, Desafios e Conquistas, o diretor-geral da Escola Superior de Advocacia Nacional do Conselho Federal (ESA Nacional), Ronnie Preuss Duarte, realizou o lançamento e a abertura das inscrições para o processo seletivo de bolsistas para o curso de pós-graduação Lato Sensu em Advocacia Cível. O curso é oferecido pela ESA Nacional em parceria com a Faculdade de Direito da Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul, entidade mantida pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP).

“Nesta data, carregada de simbolismo, o braço educacional da OAB lança o maior projeto de educação continuada na oferta de estudos pós-graduados já oferecidos por uma instituição que não seja uma universidade pública. Os últimos dois anos têm sido de grandes desafios para a humanidade. No que diz respeito à ESA Nacional, temos respondido a altura aos desafios desse momento. No ano passado, já nos primeiros meses da pandemia, organizamos o maior congresso jurídico já realizado, num feito reconhecido pelo Guinness World Records. Agora, mais uma vez, em outra construção coletiva, a ESA Nacional, junto com as ESAs estaduais e as seccionais, oferece para a advocacia mais uma conquista”, declarou Duarte.

O diretor-geral da ESA explicou que o curso foi formatado para atender às necessidades, sobretudo da advocacia iniciante, daqueles que não dispõem ainda de grande estrutura e para aqueles que são generalistas. “É uma prova do incontornável compromisso do Conselho Federal com a qualificação e o aprimoramento profissional da advocacia, já que advogadas e advogados qualificados são vetores importantes para a melhor administração da Justiça”, disse ele. “Temos aqui uma grande conquista que é anunciada num grande dia”, acrescentou Duarte.

Inicialmente, serão oferecidas 10 mil bolsas de estudos integrais distribuídas por critérios socioeconômicos definidos no edital oficial e difundidas nacionalmente. As inscrições podem ser realizadas no período que vai do dia 1º a 30 de setembro. Para concorrer às bolsas, os interessados devem ter renda bruta familiar de, no máximo, seis salários mínimos, (a renda per capita não deve ultrapassar três salários mínimos), ter disponibilidade de dez horas semanais de dedicação exclusiva ao curso de pós-graduação e ser advogada ou advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB e estar em dia com as anuidades.

Confira aqui todos os detalhes sobre o curso de pós-graduação e dos critérios e etapas para obtenção de uma bolsa integral

Painel da Semana Jurídica da ESA Nacional tem palestra da ministra Cármen Lúcia

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi uma das palestrantes do painel sobre O Caminho Brasileiro do Sigilo à Proteção de Dados, realizado nesta quarta-feira (11), na Semana Jurídica da Escola Superior da Advocacia (ESA) Nacional, cujo tema é Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e seus reflexos nos principais ramos do Direito. O evento teve início na segunda-feira (9) e prossegue até sexta-feira (13), com transmissão pelo canal da ESA Nacional no Youtube.

Cármen Lúcia falou sobre a importância dos dados em um mundo no qual, segundo ela, adquiriram vida própria e fora da realidade palpável. “Estamos vivendo um momento de profunda transformação que, sem dúvidas, afeta o Direito, o processo. Não sei se, ao utilizar o meu aparelho celular, se eu tenho a posse dele ou se ele começa a se apossar de mim. Acordo de manhã e vejo na tela dele que ele foi atualizado, enquanto estava desligado. São introduzidos dados em nosso cotidiano, normalmente criptografados, cenário em que não é o dicionário que nos ajuda, mas sim a tecnologia cheia de códigos”, observou.

A ministra destacou ainda que a LGPD é poderosa quanto à efetiva garantia de proteção da intimidade e da privacidade do cidadão. “É engraçado que vivemos uma época de evasão de privacidade, onde muitas pessoas fazem questão de fotografar até mesmo o que comem em cada refeição. Pessoas que fotografam e publicam imagens que deveriam ser privadas de seus quartos, seus banheiros. Somos uma sociedade exibicionista e que vai ao Supremo reclamar de invasão de privacidade. Os desafios são enormes não na feitura da norma, que ao meu ver é exemplar, mas na relação que se estabelece entre confidencialidade e tecnologia”, apontou.  

No painel, a ministra teve a companhia do advogado e professor titular da faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Tércio Sampaio Ferraz. Para ele, a proteção de dados está mais voltada ao aspecto constitucional do que à proteção da lei propriamente dita. Ele lembrou que “a Constituição de 1967 tinha um instrumento muito interessante, que era o direito à negação, à negativa do devassamento, algo que funcionava como uma seletividade no sentido de escolher a quem revelar e a quem não revelar determinadas informações subjetivas, do qual pode-se extrair analogias com a própria LGPD atual”. O moderador do painel foi o diretor de Inovação e Tecnologia da ESA Nacional, Rafael Pontes de Miranda.


11 de agosto: olhando para a tradição, mirando no futuro, por Felipe Santa Cruz

Em setembro de 2019, em uma visita ao Maranhão, participei de uma solenidade de entrega de carteiras da Ordem aos jovens advogados e às jovens advogadas que começavam, ali, sua trajetória. Havia preparado uma mensagem em que, além das congratulações pelo objetivo alcançado, falava dos desafios que se apresentariam daí em diante – as dificuldades do mercado, as transformações do Direito e da Justiça, a crise econômica que tanto afeta a nossa advocacia.

No entanto, antes de mim, discursou a jovem advogada em nome de todos que ali recebiam sua carteira. Sua mensagem foi uma lição da esperança, da disposição e da coragem que são a alma da advocacia. Não consigo reproduzir suas palavras emocionantes, mas o que ela quis dizer foi: “Como ser pessimista com a advocacia num país em que tantos precisam da Justiça, do direito de defesa, em que tanta injustiça ainda existe? Hoje começamos a nossa trajetória de servir às causas da advocacia, e elas não faltam.”

Neste dia 11 de agosto, em que celebramos nosso dia, busco inspiração na força e na lucidez dessa jovem advogada maranhense. 

Os últimos meses foram muito duros para todos os brasileiros. Nós, advogados, choramos a perda de colegas, parentes, amigos, clientes. Em meio à pior crise econômica da história do nosso país, lutamos para sobreviver ao descaso, à pandemia, à instabilidade do presente e à incerteza do futuro.

A OAB tem enfrentado dificuldades que pensávamos terem ficado no passado, como a defesa da própria democracia, da Constituição, a defesa do Estado democrático de Direito.

Essa data em que se comemora o Dia do Advogado evoca um fato histórico, a criação dos dois primeiros cursos de Bacharelado em Direito do país, em São Paulo e em Olinda, por meio da lei sancionada pelo Imperador Dom Pedro I no dia 11 de agosto de 1827. Ou seja, nosso dia nasceu com a valorização do estudo, das luzes, da inovação e do avanço civilizatório.

Pode ser que, em tempos tão difíceis, tenhamos pouco a comemorar. Mas certamente temos que pensar no futuro, nos próximos passos. Precisamos construir uma advocacia firme, capaz de acreditar em um país mais justo e defender, no cotidiano, o exercício da nossa profissão. Como a nossa inspiradora advogada maranhense, olhar para os milhões de brasileiros e brasileiras que, nesse exato momento, precisam de um advogado e de uma advogada, e pensar no modelo da advocacia para dar essa resposta. Devemos mirar com crítica e espírito inovador para o Judiciário que nascerá deste momento de crise. Não acreditamos em um Judiciário apartado do povo, trancado em condomínios, funcionando através da tela do computador. Mas lutamos por um Judiciário eficiente, que atenda aos grandes desafios da nossa sociedade, em que o advogado seja cada vez mais valorizado e respeitado na sua função indispensável à administração da Justiça.

Neste último 11 de agosto à frente do Conselho Federal da OAB, digo que me orgulho mais do que nunca da missão que abracei. Com coragem e trabalho, o conselho federal entregou seus melhores esforços para defender a advocacia dos ataques às prerrogativas e às tentativas de desmonte da própria OAB. Demos nossa contribuição decisiva, ao lado de diversas entidades da sociedade civil, para a defesa do Estado Democrático de Direito. Registro que, apesar das dificuldades e das constantes ameaças, vencemos boa parte das batalhas. E isso só foi possível pela força e tradição da advocacia brasileira.

Celebremos, portanto, essa tradição e o futuro que estamos construindo. Um feliz dia, com muita coragem e trabalho, a todos os advogados e a todas as advogadas do nosso país. 


Felipe Santa Cruz

Presidente do Conselho Federal da OAB

OAB apresenta sugestões de melhorias ao texto do PL que cria a CBS

Representantes da OAB Nacional e da Frente Parlamentar da Advocacia se reuniram em Brasília, nesta terça-feira (10), com o deputado Luís Carlos Motta (PL-SP), relator do PL 3887/20, que trata da criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), para debater a proposta e apresentar sugestões de melhorias ao texto. A Ordem foi representada no encontro pelo procurador especial de Direito Tributário, Luiz Gustavo Bichara, que esteve acompanhado do membro da Frente Parlamentar da Advocacia, deputado Hugo Leal (PSD-RJ).

Bichara destacou os enormes prejuízos para a advocacia e para a sociedade caso o texto do PL 3887/20 seja mantido pelo relator. A proposta apresentada pelo governo substitui o PIS e a COFINS por um único imposto, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), com alíquota geral de 12%, o que acarretará uma grande elevação da carga tributária para os profissionais liberais. O objetivo do encontro foi apresentar pontos para aperfeiçoamento do texto, defendendo propostas que aproximem o país de outros sistemas tributários mais modernos, buscando a simplificação e, ao mesmo tempo, a justiça fiscal.

O procurador tributário da OAB apresentou ao relator cinco pontos para aperfeiçoamento: a necessidade de um ajuste redacional para efetivar a adoção do crédito financeiro; a possibilidade de um regime cumulativo, sujeito a uma alíquota diferenciada, para os profissionais liberais de profissão regulamentada; o repasse compulsório no preço aos contratos vigentes; a adoção de um prazo para o ressarcimento em espécie do crédito eventualmente acumulado e, por fim, a extensão da isenção para qualquer entidade representativa de categoria profissional.

“O projeto da CBS significa um brutal aumento de carga para as sociedades uniprofissionais. Por isso, na audiência de hoje, a OAB Nacional reiterou ao relator algumas sugestões de melhoria no texto, principalmente no que concerne à manutenção da alíquota de 3,65% cumulativa, em contraposição aos 12% não cumulativos propostos. O relator foi extremamente gentil e atencioso, se mostrando aberto ao debate e se comprometendo a levar os pontos apresentados pela OAB em consideração”, destacou Luiz Gustavo Bichara.

Confira aqui as sugestões de melhorias apresentadas pela OAB