OAB participa do lançamento do Programa de Combate à Desinformação do STF

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) participou, na manhã desta quarta-feira (18/5), da solenidade de lançamento do Programa de Combate à Desinformação do Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa tem o objetivo de disseminar informações corretas e combater a distribuição de dados falsos usados pra atentar contra os direitos e garantias fundamentais e a confiança nas instituições da República, em especial o STF, a Justiça Eleitoral e demais órgãos do Judiciário.

“A Ordem atuará ativamente para disseminar informações corretas sobre a eleição e coibir atos que tenham objetivo de desacreditar nosso sistema eleitoral, que é um dos mais seguros e modernos do mundo", diz o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, a respeito da parceria com o Supremo. “Mantemos diálogo com todos os Poderes para poder cumprir o papel constitucional da OAB, que é defender a advocacia e o Estado de Direito. Dentro disso, defender o sistema eleitoral ocupa espaço central”, afirma o presidente da Ordem.

A conselheira federal por São Paulo e presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Silvia Souza, representou o Conselho Federal da OAB no evento de lançamento do programa, realizado no STF. Ela compareceu ao evento acompanhada pelo conselheiro federal por Goiás e vice-presidente da comissão, Roberto Serra da Silva Maia. 

Para Silvia, a parceria com o tribunal reforça o compromisso da OAB com o Estado Democrático de Direito. “Além disso, a Ordem mostra também seu compromisso com a justiça social, a defesa dos direitos humanos e com a informação. A sociedade e a advocacia reconhecem essa importância e esse protagonismo que a OAB assume, sobremaneira no momento em que vivemos. O programa coaduna com os valores defendidos pela Ordem e que estão arraigados em seu estatuto”, afirmou Silvia Souza. 

Pilar do Estado de Direito

O presidente do STF, ministro Luiz Fux, explicou o programa de combate à desinformação. “O Poder Judiciário é um pilar da democracia. Portanto, são ataques ao próprio Estado de Direito. Há manifestações de que o STF supostamente invada a competência de outros poderes, aja com extravagância. É importante que todos tenham a ciência de que a Justiça, de modo geral, não age senão quando provocada. O Supremo não extrapola suas cadeiras para julgar questões políticas, razões públicas. Mas quando provocado, o STF se manifesta, pois a Constituição assim impõe. Essa falsa impressão dá origem a várias fake news, infelizmente”, dsse Fux.

O ministro ainda destacou que os ataques ao Poder Judiciário constituem um problema global, vivenciado por várias nações. Ele também alertou para o perigo do avanço de tratativas para levar a cabo atos de terrorismo contra o STF. “Soberania popular e cidadania são dois valores que, quando desrespeitados, podem levar à idealização de atos desta natureza”, disse. Por fim, Fux reputou como necessário e positivo o trabalho da imprensa para o combate à desinformação.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Edson Fachin, afirmou durante o evento que o programa busca combater a fraude informativa em uma aliança estratégica da Justiça com instituições relevantes da sociedade civil. “É uma iniciativa meritória nesses tempos espinhosos, marcados por ameaças insistentes que se interligam e se guarnecem. Tempos em que se descobre ser política e economicamente rentável contraditar irresponsavelmente a ciência e a realidade, a erodir o consenso e promover hostilidade”, avaliou Fachin.

Também participou da cerimônia o ministro do STF e vice-presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

Instituições

Ao todo, 34 entidades, instituições e empresas privadas são parceiras do programa criado em agosto de 2021 pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux. Os parceiros são entidades civis como a OAB, órgãos como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), universidades públicas, e startups de segmentos variados. 

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), também parceira do STF, foi representada no evento por sua presidente, a juíza Renata Gil. “Teremos dezenas de milhares de juízes eleitorais trabalhando no pleito desse ano e é importante que a sociedade brasileira esteja informada sobre o que é fato e o que é fake. É um trabalho de coordenação das entidades com a sociedade civil organizada, e a AMB quer um processo limpo, claro, transparente e que envolva o voto efetivamente consciente”, disse a magistrada.  

Também parceira do STF, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), foi representada por seu presidente, o promotor de Justiça Manoel Murrieta. Para ele “temas institucionais, de interesse da sociedade e os relativos a direitos fundamentais têm de ser cada vez mais replicados, discutidos e apresentados, para que se execute a pretensão da Justiça de haver debates claros, transparentes e com premissas verdadeiras”.

CFOAB aprova propostas na luta em defesa dos segurados e dos beneficiários do INSS

A Comissão Especial de Direito Previdenciário (CEDP) do Conselho Federal da OAB (CFOAB) se reuniu nesta terça-feira (17/5) e aprovou nove das 20 propostas que estavam na pauta, em prol dos segurados e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Essa foi a segunda reunião do colegiado e aconteceu de forma híbrida. 

Entre os assuntos aprovados, estão supostas disparidades que vêm ocorrendo nas propostas de acordos ofertadas pelas procuradorias seccionais no estado de Rondônia à população hipossuficiente que precisa dos benefícios do INSS. “Vamos fazer um grupo de trabalho para que possa haver uma uniformização no país todo. Precisamos de percentuais de acordo que sejam razoáveis para o segurado, que no momento de um processo judicial está em uma situação de necessidade. Sem isso, o segurado pode ter seu direito vilipendiado”, ressaltou o conselheiro federal e presidente da Comissão, Bruno de Albuquerque Baptista. 

Outro tema que rendeu debate entre os membros da Comissão foi a realização das perícias nos processos judiciais. O problema havia sido solucionado aparentemente por meio da Lei 14.331/22, para dispor sobre o pagamento de honorários periciais, mas os membros da comissão acreditam que ainda falta uma lei orçamentária para contemplar o assunto. “Nós fizemos uma nota técnica e atuamos junto à aprovação da Lei 14.331. Agora, estamos dando andamento no acompanhamento e fortalecimento desse projeto orçamentário, para que isso possa passar o mais rápido possível, os peritos possam voltar a receber e as perícias judiciais possam ser reestabelecidas”, avaliou a vice-presidente da comissão, Gisele Kravchychyn. 

Ainda houve tempo para aprovar uma diligência encaminhada ao INSS para obter mais informações em relação ao Acordo de Cooperação Técnica firmado com a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), com o intuito de possibilitar que os pedidos de salário-maternidade e pensão por morte sejam feitos diretamente nos Cartórios de Registro Civil. Também houve tempo para oficiar a Caixa Econômica Federal e o INSS em relação à atuação em algumas agências bancárias do Piauí, que estariam realizando, em alguns atendimentos, acordos que invadem a seara da advocacia. 

Para o secretário-geral da CEDP, Tiago Kidricki, a comissão está se mostrando organizada e, ao mesmo tempo, atuante a fim de enfrentar a gama de demandas previdenciárias que existem no país. “É uma área que envolve muitos advogados e muitas demandas da cidadania brasileira”, afirmou o advogado. 

Conheça todos os integrantes da CEDP

Além do presidente Bruno de Albuquerque Baptista, a comissão é composta, ainda, por Gisele Lemos Kravchychyn (vice-presidente), Tiago Beck Kidricki (secretário-geral), Julinda da Silva (secretária-adjunta), Ariane de Paula Martins (membro), Carlos Eden Melo Mourão (membro), Diogo Licurgo Meireles Nunes (membro), Isaac Mascena Leandro (membro), Julliany Almeida Sales (membro), Leandro Murilo Pereira (membro), Miguel Angelo Barbosa de Lima (membro), Reinaldo dos Santos Monteiro (membro), Henei Rodrigo Berti Casagrande (membro consultor), Luiz Crescêncio Pereira Junior (membro consultor), Mariza Macedo de Castro (membro consultora), Ramon Alves Batista (membro consultor), Silvia Cristina Bernardo Vieira (membro consultora) e Wilson Ribeiro de Moraes Neto (membro consultor).

Presidente da OAB-MG quer combater a violações de prerrogativas em sua gestão

A seccional de Minas Gerais da OAB é responsável por quase 137 mil advogados e advogadas, sendo a terceira maior do país. Para ser capaz de combater uma cultura de impunidade de violações de prerrogativas, o presidente Sérgio Leonardo montou um sistema de defesa de cerca de 500 delegados e procuradores regionais distribuídos pelas 249 subseções e vinculados ao escritório de defesa das prerrogativas em Belo Horizonte. 

“A Presidência está envolvida diretamente na defesa das prerrogativas. Eu, como presidente da Ordem, já participei de audiências, despachos e fiz sustentações orais em favor da defesa das prerrogativas da advocacia”, diz Leonardo. A seccional também instalou a Câmara de Desagravos Públicos, com a missão de zerar o estoque de desagravos e com o lema de que desagravo tardio não faz sentido. 

De acordo com ele, os advogados e advogadas mineiras tinham uma visão da OAB-MG, segundo pesquisa feita para as eleições da Ordem, como cartório burocrático, ineficiente, com uma anuidade cara. A ideia, portanto, é mostrar aos profissionais tudo o que a Ordem faz pela categoria, com benefícios individuais, amparo coletivo de defesa de prerrogativas e disponibilização de estruturas de atendimento, entre salas, escritórios compartilhados, sedes de subseções, além da relevância da entidade na participação nos grandes debates. 

“A gente está seguindo as duas vertentes, tal como a OAB Nacional: uma gestão de advogados e advogadas, focada na advocacia, mas também cumprindo a missão institucional de forma a voltar a ter protagonismo”, pontua o presidente da OAB-MG.

Confira aqui a íntegra da entrevista. 

CFOAB - Qual será o foco de sua gestão?

Sérgio Leonardo - O foco da nossa gestão é a defesa das prerrogativas profissionais. É o carro chefe no nosso trabalho. Nós estamos fazendo uma reestruturação completa do sistema de defesa das prerrogativas aqui em Minas Gerais. Agora, existe um exército de delegados de prerrogativas, de pelo menos dois por subseção. Nós somos 249 subseções. São mais de 500 delegados de prerrogativas. Eles foram indicados pelos presidentes das subseções e são os nossos soldados na ponta. Todos eles passaram por um curso de qualificação na nossa escola de prerrogativas, para que estivessem totalmente habilitados a fazer a defesa das prerrogativas. Eles sabem utilizar os melhores instrumentos jurídicos para cada uma das situações de violação das prerrogativas e sabem agir estrategicamente. Eles são coordenados por 17 procuradores regionais de prerrogativas, advogados e advogadas contratados pela OAB, com a responsabilidade de atuar e de coordenar a adoção de providências judiciais e administrativas no interesse da defesa das prerrogativas. E esses 17 procuradores estão vinculados ao escritório de defesa das prerrogativas em Belo Horizonte, com uma equipe de oito advogados e advogadas contratados e liderados por um procurador estadual de prerrogativas. É um sistema de defesa de prerrogativas que não existia em Minas Gerais. Aqui, anteriormente nós tínhamos três colegas contratados para fazer a defesa das prerrogativas, era um trabalho voluntário. A Presidência da Comissão de Prerrogativas passou a ter status de diretoria, a autoridade máxima do ponto de vista político em toda essa estrutura de defesa que está subordinada, em última instância, à Presidência da Ordem. E a Presidência está envolvida diretamente na defesa das prerrogativas. Eu, como presidente da Ordem, já participei de audiências, despachos e fiz sustentações orais em favor da defesa das prerrogativas da advocacia. Instalamos a Câmara de Desagravos Públicos, que na gestão anterior fez duas sessões e nesta está com a missão de zerar o estoque de desagravos e com o lema de que desagravo tardio não faz sentido. O desagravo só faz sentido se ele vier de forma rápida, célere.

CFOAB - Por que toda essa estrutura se fez necessária?

Sérgio Leonardo - Era um quadro muito complicado, com muitas violações de prerrogativas. Tanto que, lamentavelmente, há uma cultura em Minas Gerais de desrespeito às prerrogativas da advocacia e que decorre da impunidade dos violadores. Por isso, nós estamos atuando agora em duas vertentes diferentes em relação às autoridades. A primeira delas é que, diante de algum fato concreto, a gente não se limita a defender o colega. A gente toma providência contra a autoridade, nos órgãos correicionais, nos conselhos, nas corregedorias, providências judiciais para assegurar que os violadores de prerrogativas sejam responsabilizados, punidos pelo abuso e pela violação de prerrogativas. E, em outra vertente, a gente está trabalhando na educação. Eu já estive, por exemplo, com o procurador-geral de Justiça e consegui com ele que, no curso de formação dos novos promotores de Justiça, tenha uma disciplina sobre prerrogativas da advocacia. Vou fazer isso com o Tribunal de Justiça, a Polícia Civil, a Polícia Militar, para a gente ter uma mudança cultural. Para esclarecer às autoridades que as nossas prerrogativas não são privilégios, mas garantias mínimas, com respaldo legal e que a violação constitui abuso de autoridade. 

CFOAB - Qual é a importância da OAB para a advocacia?

Sérgio Leonardo - A OAB é fundamental para a advocacia. Aqui em Minas Gerais, nós fizemos pesquisas por ocasião das eleições e chegamos à conclusão de que grande parte da advocacia via a OAB-MG como cartório burocrático, ineficiente, arcaico, ultrapassado e que só servia para cobrar uma anuidade cara. A partir desta constatação, a gente viu uma necessidade grande de mudar isso, para mostrar à advocacia que a OAB não apenas faz a seleção, inscrição, cuida dos registros da advocacia, mas que faz sim a defesa das prerrogativas, a representação, a assistência à advocacia e que ela presta diversos serviços. Ele recebe de volta todo o valor das anuidades em serviços, produtos, benefícios. Se um jovem advogado, que agora tem um desconto de 50% nas anuidades, ao receber a carteira, recebe junto o primeiro certificado digital. Aí ele já economizou R$ 100. Temos, através da Caixa, um serviço de telemedicina gratuita do Albert Einstein. A partir do segundo semestre, todo jovem advogado que pegar a carteira vai receber um cheque da OAB Prev de R$ 140 para ele abrir o primeiro plano de previdência. Já ficou negativa a conta. E sem contabilizar toda essa estrutura de defesa das prerrogativas, toda a estrutura que temos de mais de 690 pontos de atendimento à advocacia no estado, entre salas, escritórios compartilhados, sedes de subseções. É uma entidade parceira, que abraça o inscrito, acolhe, apoia, qualifica pela Escola Superior de Advocacia e representa a categoria perante a sociedade. A OAB de Minas agora está retomando o lugar de entidade mais importante da sociedade civil, passando a participar dos grandes debates, discutir as grandes causas e atuar na sua missão institucional, para além da advocacia como defensora do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos, do aperfeiçoamento do sistema de Justiça. A gente está fazendo as duas vertentes, tal como a OAB Nacional, uma gestão de advogados e advogadas, focada na advocacia, mas também cumprindo a missão institucional de forma a voltar a ter protagonismo. 

CFOAB - Qual a importância da OAB na sua vida?

Sérgio Leonardo - Eu participo das eleições da Ordem desde que eu tinha 11 anos de idade. E não é conversa. Tem foto minha na porta da OAB com 11 anos fazendo boca de urna nas eleições. Meu avô foi presidente da OAB no final da década de 1980. Depois, no fim da década de 1990, meu pai foi presidente da OAB de Minas Gerais. E eu passei a participar da Ordem na Comissão OAB Jovem no início dos anos 2000, quando me formei em direito. De lá para cá, participei da Ordem como conselheiro seccional, diretor de comunicação, secretário-geral adjunto, diretor-tesoureiro e, em 2018, fui candidato a presidente da Ordem e por 5% dos votos não fomos vitoriosos, apesar de termos ganhado em Belo Horizonte. Foi a primeira vez que alguém ganhou na capital e não ganhou as eleições. E, agora, em 2021 fui candidato novamente e tive a honra de ser eleito pela advocacia para trazer novos tempos para a OAB de Minas Gerais.

CFOAB - Pode contar um pouco da sua história com a advocacia, de onde surgiu o interesse?

Sérgio Leonardo - Eu nunca tive dúvidas que queria ser advogado e de que queria ser advogado criminalista. Nós estamos, na família, na terceira geração de advogados criminalistas. O nosso escritório foi fundado em 1949 pelo meu avô, professor Jair Leonardo Lopes. Está no sangue da família tanto a paixão pela advocacia criminal, como a paixão pela nossa gloriosa Ordem dos Advogados do Brasil. Eu sou advogado sete dias da semana, 24 horas por dia e é isso que eu amo. Eu sou apaixonado pela advocacia, que eu acho que tem uma capacidade de contribuir para a pacificação social e para a distribuição de justiça como nenhuma outra profissão. Tenho muito orgulho de ser advogado.

CFOAB - A OAB-MG é uma seccional grande. Como é o trabalho de gestão?

Sérgio Leonardo - Do ponto de vista de gestão da Ordem, temos um desafio muito grande de trazer para dentro da OAB a inovação, a transformação digital. É um grande desafio que a gente está enfrentando desde os primeiros dias para reconectar a OAB com a realidade. A OAB aqui estava arcaica, amante do papel, burocrática e a gente está procurando dar mais dinamismo à gestão, passando a usar instrumentos tecnológicos, digitalizar os processos internos, estabelecer uma estrutura de governança, de compliance, com responsabilidade ambiental e social. Nada disso existia na OAB de Minas Gerais. É um desafio de gestão muito intenso, mas que eu tenho certeza de que fará muita diferença para que a nossa entidade se coloque efetivamente como entidade modelo entre todas as da sociedade civil organizada. Acho que nenhum advogado ou advogada de Minas Gerais tem dúvida do quanto estamos todos dedicados a fazer diferente, e a entregar para a advocacia mineira uma entidade forte, pujante, atuante, respeitada e que apoia os seus inscritos. Estou muito animado, realmente. A gente está com sangue nos olhos, disposto a dar sangue, suor e lágrimas para fazer a melhor gestão da OAB de todos os tempos. O nosso objetivo é fazer 30 anos em três.

CFOAB - Por fim, poderia falar um pouco sobre como é gerir a OAB num momento de pandemia?

Sérgio Leonardo - O desafio que a gente está enfrentando neste pós-pandemia é o da vontade das pessoas de se encontrarem novamente, participarem de eventos presenciais, de grandes encontros. E da casa da advocacia receber essa demanda e dar vazão a ela. Nós tivemos a coragem de ser a única seccional que se candidatou para sediar no ano que vem a Conferência Nacional da Advocacia. E, como candidato único e que preenche todos os requisitos, seremos a sede da Conferência Nacional da Advocacia. Imagine o que é fazer o maior evento jurídico do mundo, no pós-pandemia, com toda a advocacia, com vontade de participar, de trocar conhecimento, de se encontrar. A gente está assumindo, talvez, entre todas as seccionais, o maior desafio nesse sentido. E, espero, com todo o respeito aos meus colegas de São Paulo, que a partir de outubro do ano que vem, o Guinness Book vai ter que fazer uma pequena alteração e mudar o maior evento jurídico do mundo para a Conferência de Belo Horizonte em 2023.

Confira as ações iniciadas pela Corregedoria na atual gestão

O trabalho da nova gestão da OAB Nacional, presidida pelo amazonense Beto Simonetti, reforçou a atuação das corregedorias e a prestação de serviços para toda a advocacia. Desde que a atual diretoria da entidade tomou posse, no dia 2 de fevereiro de 2022, inúmeras ações e eventos foram realizados com o objetivo de aprimorar o trabalho desenvolvido pelas corregedorias e pelos Tribunais de Ética (TED) das seccionais.

A coordenação dos trabalhos é realizada pela secretária-geral adjunta e corregedora nacional da Ordem, Milena Gama. Ela assumiu a área com a missão de implementar melhorias, estipular metas de julgamentos e agilizar a tramitação de processos éticos em todo o Sistema OAB. Milena Gama destaca que um dos objetivos da gestão é detalhar a questão referente aos processos eletrônicos.

“Nesse período de trabalho, percebemos a necessidade de aprofundar a questão que envolve os processos eletrônicos, uma solicitação praticamente unânime das seccionais. Vamos trabalhar nesse ponto nos próximos meses. Vale ressaltar ainda a importância da proposta que visa instituir e normatizar o acordo de não persecução disciplinar em todo o país. Já realizamos uma primeira discussão sobre o tema e tivemos uma boa adesão da proposta. Vamos dar prosseguimento nesse debate”, avalia a corregedora nacional sobre o balanço de 100 dias da área.

Acompanhamento de processos virtuais

Os 100 primeiros dias da gestão foram marcados pela realização do 10º Encontro de Corregedores Seccionais e o 14º Encontro de Presidentes de Tribunais de Ética e Disciplina (TED), em Brasília. O encontro reuniu as principais autoridades e dirigentes de Ordem responsáveis pelos TED e pelas corregedorias nas seccionais.

Os representantes seccionais responderam previamente um formulário para colher informações sobre o trabalho e montar um levantamento para embasar medidas. De acordo com Milena Gama, o fato de existirem vários sistemas de acompanhamento de processos virtuais é um problema que merece atenção.

Existem ainda seccionais que trabalham no modelo físico, outras de forma híbrida. Há uma necessidade de padronização, a começar com o plano de digitalizar todas as seccionais.

No total, foram contabilizados mais de 106 mil processos em trâmite no Brasil. As informações também revelam a fase em que esses processos éticos se encontram, o que ajuda a pensar políticas de movimentação. De todos os processos em trâmite, em torno de 50% estão na fase de instrução; 17% em admissibilidade e apenas 14% desses processos estão prontos para julgamento.

Ao final das discussões, foi divulgada a Carta Oficial do 10º Encontro de Corregedores Seccionais e 14º Encontro de Presidentes de Tribunais de Ética e Disciplina. O documento estabelece, entre outros pontos, a meta de julgar até 31 de dezembro deste ano todas as representações disciplinares iniciadas na OAB no ano de 2018; a realização de correições semestrais nos processos disciplinares, conduzidas pelas corregedorias locais, informando os resultados à Corregedoria Nacional; a criação de um grupo de trabalho para a apresentação da proposta acerca de meios de notificação às partes nos processos ético-disciplinares, de modo a viabilizar a notificação de forma mais célere; e o incentivo ao envio dos Regimentos Internos dos TED aos Conselho Federal para homologação da Segunda Câmara.

Capacitação em processo disciplinar

A Corregedoria Nacional também promoveu no período de 100 dias o início de um projeto de capacitação nacional para dirigentes e membros de câmaras e Tribunais de Ética que atuam no processo disciplinar da Ordem.

Pela primeira vez na história da entidade, foi criado um programa nacional para capacitar todos os julgadores que atuam no sistema ético-disciplinar da OAB, com o objetivo de unificar procedimentos, além de democratizar e simplificar a dinâmica procedimental dos processos disciplinares.

O primeiro curso foi realizado para a OAB-MT. Diversos professores foram convidados, entre eles, membros da Segunda Câmara, presidentes de Tribunais de Ética, Corregedores da OAB, ex-membros relatores da Comissão redatora do Manual de Procedimentos do Processo Ético-Disciplinar da OAB e outros professores consagrados na compreensão dos procedimentos do processo ético. 

Os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Rondônia também já receberam um dos eventos da capacitação nacional. Além de Milena Gama, o evento nos estados do Norte e do Nordeste contou com a participação do presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Rondônia (CAARO), Elton Sadi Fülber, membro da comissão redatora de atualização do novo Manual de Procedimentos do Processo Ético-Disciplinar da OAB.

O curso pretende que a compreensão do processo disciplinar da OAB seja transmitida aos integrantes dos Tribunais de Ética e Disciplina de todo o Brasil e dos demais membros de órgãos que atuam no processo disciplinar, como forma de capacitar todos os julgadores do sistema ético-disciplinar, padronizando os procedimentos a nível nacional. 

Sites

A Corregedoria Nacional da OAB e a Coordenação Nacional de Fiscalização da Atividade Profissional também lançaram dois novos sites para o acompanhamento e divulgação das atividades dos dois órgãos da Ordem. O objetivo dos sites é facilitar o acesso da advocacia e da sociedade à corregedoria e também ao portal da fiscalização da atividade profissional. As páginas disponibilizam, por exemplo, os nomes e contatos dos corregedores e das comissões de fiscalização nas seccionais da OAB, as atribuições e os tipos de procedimentos que existem, como reclamação por excesso de prazo, reclamação contra membros e funcionários dos órgãos disciplinares, sindicância e correição. 

Coordenação muda prazo recursal do 34º Exame de Ordem

A Coordenação Nacional do Exame da Ordem Unificado divulgou na noite desta terça-feira (17/05) comunicado em que altera o prazo recursal contra o resultado preliminar da prova prático-profissional do 34º Exame de Ordem Unificado. Com a mudança, o examinando disporá de três dias para a interposição de recursos contra o resultado preliminar da prova prático profissional, das 12h do dia 18 de maio de 2022 às 12h do dia 21 de maio de 2022, observado o horário oficial de Brasília-DF.

Órgão Especial encaminha ao Pleno proposta de mudança de sua competência recursal

Por unanimidade, os membros do Órgão Especial deliberaram, na tarde desta terça-feira (17/5), encaminhar para o Conselho Pleno apreciar o mérito da proposição do Conselheiro Federal Daniel Blume que altera a competência do colegiado, para que deixe de apreciar recursos provenientes da Segunda Câmara, que trata de matéria ético-disciplinar. 

Segundo levantamento, atualmente, 87% do volume de julgamentos do Órgão Especial é proveniente da Segunda Câmara. Na justificativa da proposição, argumenta-se que o Órgão Especial não tem como missão ser um órgão recursal, mas sim uniformizar a jurisprudência com o objetivo de garantir segurança jurídica dentro do sistema OAB. 

“Diante do volume de processos, o Órgão Especial tem se tornado uma instância recursal ordinária, deixando de cumprir sua missão institucional. A maior parte das sustentações orais está restrita a situações específicas inter partes, ficando as consultas e edição de súmulas relegadas a segundo plano. Sobretudo, porque as sustentações orais têm preferência e as consultas acabam não sendo chamadas a julgamento por absoluta falta de tempo. Ou seja, a nossa principal função, de editar súmulas e de sanar dúvidas acerca de procedimentos internos da OAB, acaba não sendo realizada”, disse o vice-presidente da OAB Nacional, Rafael Horn, que preside o Órgão Especial.

O vice-presidente da OAB Nacional chamou a atenção ainda para outro dado: somente cerca de 10% dos recursos apresentados ao Órgão Especial têm suas decisões reformadas. “Ou seja, a maior parte das decisões da Segunda Câmara são mantidas aqui”, assinalou ele.

Pauta

Ao longo da tarde, 73 recursos foram pautados para apreciação do Órgão Especial. Na abertura dos trabalhos, o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, cumprimentou os membros do Órgão Especial pelo trabalho realizado. “Agradeço o empenho e a doação de cada uma das senhoras e dos senhores para que possamos fazer funcionar essa máquina que é o Conselho Federal”, disse Simonetti. A diretora secretária-geral adjunta, Milena Gama, secretária do Órgão Especial, também participou da reunião desta tarde.

Confira o resultado preliminar da 2ª fase do 34º Exame de Ordem Unificado

A OAB Nacional, por meio da Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado, divulgou nesta terça-feira (16/5) o resultado preliminar da 2ª fase (prova prático-profissional) e o padrão de respostas definitivo do 34º Exame de Ordem Unificado. 

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Os examinandos terão três dias para a interposição de recursos contra o resultado preliminar da prova prático-profissional. O prazo vai das 0h do dia 18 de maio de 2022 às 23h59 do dia 20 de maio de 2022, observado o horário oficial de Brasília. 

Para recorrer, os examinandos deverão utilizar exclusivamente o Sistema Eletrônico de Interposição de Recursos, que fica no site da Fundação Getulio Vargas (FGV). As decisões dos recursos e o resultado final serão divulgados no dia 1º de junho de 2022. 

A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado. O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. Poderão realizá-lo os estudantes do último ano do curso de graduação em direito ou dos dois últimos semestres.