GT da OAB analisa viabilidade dos plenários virtuais à luz do direito às sustentações orais

O pleno do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) deliberou, na reunião ordinária de abril, pela formação de um grupo de trabalho com o intuito de analisar a realização de plenários virtuais nos tribunais de todo o país e o resguardo ao direito às sustentações orais pelos advogados.

“O acúmulo de processos e o aumento das pautas em tribunais levaram à criação dos plenários virtuais, mas o sistema não pode significar a inobservância de prerrogativas da advocacia, que é indispensável à administração da Justiça”, defende o presidente do CFOAB, Beto Simonetti.

O grupo de trabalho terá a finalidade de realizar estudos e elaborar materiais a serem submetidos à Diretoria para oportuna apresentação aos tribunais competentes, na busca da solução das questões que persistem quanto ao tema, especialmente no que se refere à realização de sustentação oral por parte dos advogados e advogadas. O GT pretende levar as primeiras impressões sobre esse panorama já na sessão do pleno marcada para 22 de maio.

Foram nomeados para integrar o grupo de trabalho o procurador-geral do CFOAB, Ulisses Rabaneda; e pelos conselheiros federais Alberto Toron (SP), Fernanda Tórtima (RJ) e Helcinkia Albuquerque (CE).

Ouvidoria Nacional participa dos 20 anos da Ouvidoria da OAB-RS

O ouvidor-geral do Conselho Federal da OAB, José Augusto Araújo de Noronha, participou da cerimônia que marcou os 20 anos da Ouvidoria da seccional da OAB-RS, na segunda-feira (8/5). Além de revisitar a trajetória do órgão, lançado em 2003, foram realizadas homenagens a colaboradores que atuaram no setor.

“Tenho certeza de que a Ouvidoria, nessas duas décadas, ajudou a tornar a OAB-RS uma das mais importantes do Brasil. Por isso, em nome do Conselho Federal, registro o meu muito obrigado por tanto trabalho em prol da advocacia”, destacou Noronha.

Importância das ouvidorias para o Sistema OAB

Durante o evento, foi exaltada a importância da Ouvidoria para a advocacia gaúcha no atendimento a advogadas, advogados e sociedade civil, com o objetivo de orientar e encaminhar proposições.

Ouvidor-geral da Ordem gaúcha, Daniel Júnior de Melo Barreto agradeceu o apoio da entidade ao longo dos anos. “A Ouvidoria da OAB-RS serve para entender e compreender com racionalidade o olhar de quem usa e necessita do serviço da advocacia”, disse.

Em sua manifestação, o presidente da OAB-RS, Leonardo Lamachia, lembrou da recente inauguração da Ouvidoria da Mulher, que atua em defesa da atuação das advogadas do Estado.

Participaram do encontro o presidente da OAB-RS, Leonardo Lamachia; a ouvidora do Rio Grande do Sul, Viviane Furtado; a ouvidora da Mulher na região Sul e representante da Ouvidoria da Mulher do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), desembargadora Tânia Reckziegel; o ouvidor do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Mauro Renner; e o ouvidor da Justiça Militar do Rio Grande do Sul, desembargador militar Sergio Antônio Berni.


Representantes da advocacia no CNMP completam um ano de atuação no órgão

Os integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), conselheiros Rodrigo Badaró e Rogério Magnus Varela, completam, nesta quarta-feira (10/05), um ano de atuação no órgão. Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no colegiado, ambos têm mandato até 2024. O fato foi registrado pelo presidente do Conselho, Augusto Aras, durante a 7ª Sessão Ordinária de 2023, realizada ontem.

Para a OAB, o trabalho dos representantes da advocacia no Conselho efetiva a necessária pluralidade dos órgãos de controle do Sistema de Justiça. "A presença da advocacia, assim como da magistratura, no Conselho, têm sido fator preponderante para trazer o olhar externo da advocacia e quiçá, da sociedade, ao órgão de controle do Ministério Público. O aperfeiçoamento de qualquer instituição do Sistema de Justiça é potencializado por esse diálogo", afirma o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti.

O presidente do CNMP, Augusto Aras, parabenizou os conselheiros pelo primeiro ano de participação no colegiado e destacou a importância da gestão conjunta entre as instituições. “Um ano em que nós temos a oportunidade de convivermos em conjunto, e quero registrar que, na nossa gestão, as composições, especialmente as externas, que vêm da representação da OAB, da Câmara e do Senado, têm demonstrado a maturidade institucional para compreender o Ministério Público na sua real dimensão”, disse Aras.

O conselheiro Rodrigo Badaró é presidente da Comissão de Acompanhamento Legislativo e Jurisprudência do CNMP, responsável, dentre outras atribuições, pela elaboração da redação final dos atos normativos do Conselho, pela publicação da Revista do CNMP e por acompanhar os projetos de lei e as emendas constitucionais de interesse do Ministério Público e do CNMP em trâmite no Congresso Nacional.

Durante seu discurso, Badaró agradeceu a oportunidade de compor o colegiado. “Gostaria de agradecer a Deus e a minha instituição, a OAB, pela oportunidade que estou tendo. Sou muito feliz de estar em um colegiado formado pelo amplo debate, com princípios éticos inerentes à representação de cada um”, destacou o conselheiro. “Quero também fazer um agradecimento público a todos os colegas do CNMP, que tão bem me acolheram, não só do CNMP, mas como todos os representantes do Ministério Público brasileiro.”

Já o conselheiro Rogério Magnus Varela, presidente da Comissão da Infância, Juventude e Educação – que visa ao aperfeiçoamento da atuação ministerial na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes e na defesa do direito à educação –, ressaltou o quanto foi bem acolhido pela instituição. “A advocacia brasileira se sente muito respeitada pelo CNMP e tem o propósito de continuar caminhando em prol da construção de saídas que possam contemplar os interesses da advocacia, mas sem contraposição aos interesses do Ministério Público”, defendeu Varela.

Ainda de acordo com o presidente da Cije, “faz um ano que temos o exercício diário de diálogo, de construção de pontes e de construção de alternativas que possam conciliar interesses que, por vezes, não são tão convergentes, mas que a gente consegue encontrar um ponto de interseção, que é fundamental para a nossa boa funcionalidade institucional”.

* Com informações do CNMP

Vice-presidente da OAB aborda desafios do direito como inteligência artificial e EAD em congresso

O vice-presidente da OAB Nacional, Rafael Horn, representou o Conselho Federal na abertura do 17º Congresso de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na noite desta terça-feira (9/5), em Florianópolis. O evento é o maior sobre o assunto realizado de forma gratuita na América Latina. A programação, que seguirá até sexta-feira (12/5), conta com palestras, workshops e cursos.

“Nesta cerimônia, quero tratar de desafios contemporâneos, e não posso fugir do tema da inteligência artificial. Há alguns meses, todos nós fomos surpreendidos pelas capacidades do ChatGPT”, disse Horn, completando: “Ele não tem a capacidade de nos substituir, mas, certamente, essa evolução tem consequências para a advocacia e para as demais profissões jurídicas. É como tenho dito: um robô jamais será um advogado, e um advogado nunca deve querer se tornar um robô.”

Horn também falou sobre a atuação da Ordem frente à explosão de cursos de direito na modalidade EAD no país. A autorização de novos cursos está suspensa pelo Ministério da Educação, a pedido da OAB.

A presidente da OAB-SC, Claudia Prudêncio, afirmou que a seccional tem o compromisso de levar conhecimento jurídico de qualidade a todo o estado e exaltou a realização do Congresso como forma de amplificar as ações em prol do direito. “Eu represento hoje 69 mil advogados do estado de Santa Catarina que estão nas 53 subseções de toda região do estado. Eu conheço a realidade dos meus advogados, o que eu faço na minha casa, estou fazendo pelos acadêmicos”, ressaltou.

O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, destacou que o evento traz “importantes palestras, oficinas e pesquisas na área de ciências jurídicas, é um congresso com uma dimensão importante para o pessoal do mundo jurídico”. Também estiveram presentes o presidente do Tribunal de Justiça catarinense, desembargador João Henrique Blasi; o procurador-geral do estado de Santa Catarina, Márcio Vicari.

Nesta terça-feira, a palestra de abertura foi conduzida pelo ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Francisco Rezek, que abordou o tema “Soberania nacional e autoridade das jurisdições internacionais: problemas emergentes”. 

A programação do 17º Congresso Catarinense de Direito da UFSC segue até 12 de maio. Serão realizadas palestras, workshops, mostra de pesquisa, além de outras atividades ministradas por juristas e autoridades do ramo. Entre os palestrantes estão a ministra Cármen Lúcia, do STF, e Joel Ilan Paciornik, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), entre outros.

Projeto que permite advogado sair de audiência atrasada é aprovado pela Câmara

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados aprovou, em caráter terminativo, a proposta que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para permitir às partes que se retirem de audiência trabalhista, no caso de atraso injustificado por mais de trinta minutos, e que possam pedir a sua remarcação. O Projeto de Lei 1.539/2019 foi relatado no colegiado pelo deputado Patrus Ananias (PT-MG).  

A proposta teve origem no Senado e foi apresentada pelo senador Styvenson Valentim (Podemos-RN). Na Casa, ela foi aprovada pela CCJ em decisão terminativa, sem necessidade de apreciação pelo Plenário. Na Câmara, a proposta também tramitou em caráter conclusivo, sem necessidade de votação no Plenário. 

“Trata-se de uma faculdade concedida às partes, que podem optar por permanecer aguardando a audiência, ou se retirar e solicitar a remarcação, de forma a respeitar seus outros compromissos ou necessidades, sem que sejam apenadas em decorrência de um atraso ao qual não deram causa. Portanto, somos favoráveis ao projeto”, resumiu Ananias. Atualmente, a CLT permite que as partes deixem o tribunal depois de atraso do juiz superior a 15 minutos e anotem o incidente em um livro de registros.

A proposta iguala previsão do Código de Processo Civil (CPC) ao Processo do Trabalho quanto ao período de tolerância, evitando que se deixe de proceder à aplicação subsidiária do CPC por suposto conflito de normas.

Remarcação das audiências

Antes da CCJC, o PL foi aprovado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (Ctasp), relatado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG). No parecer da Cetasp, aprovado por unanimidade, Correia afirmou que, não raro, advogados são submetidos à situação de, embora comparecerem pontualmente às audiências marcadas pelo Poder Judiciário, terem de aguardar por horas até o início do ato processual. 

“Caso tenham outro compromisso, em horário posterior àquele marcado para a audiência, ficam reféns da liberalidade do magistrado para remarcá-las ou não. Todavia, o caso contrário, sendo o atraso partindo do advogado para comparecimento à audiência, ou de sua retirada do recinto após indeferimento do pedido de adiamento do ato, pode ficar ele sujeito a penalidades”, pontuou, no parecer.