Neste 25 de julho, é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma importante data para homenagear e reconhecer a força, a resiliência e as conquistas dessas mulheres.
"O dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha deve ser celebrado e reverenciado por todos nós. É um momento de reflexão sobre as dificuldades enfrentadas por essas mulheres ao longo da história e de reconhecimento de suas contribuições imprescindíveis para a sociedade”, afirmou o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti.
Segundo a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), Cristiane Damasceno, “é um dia de reflexão e proposição de ações efetivas para dar o espaço às mulheres negras nos espaços de poder”. Cristiane destaca que a atual gestão nacional da Ordem tem se empenhado para que isso ocorra e que “seguimos trabalhando para priorizar outras políticas públicas de representação e inclusão no Sistema OAB”.
A presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos, Silvia Souza, ressaltou que, embora o dia seja de celebração, “ainda há muito que se avançar, mas é preciso reconhecer os avanços já feitos em especial no enfrentamento do racismo institucional”. “Neste dia celebramos nossa sobrevivência, resistência e continuidade que atravessou e atravessa séculos de opressão. Opressão essa que não foi capaz de nos prender em nossas dores. Pelo contrário, somos múltiplas e completas, ocupando lugares importantes na advocacia, na academia, em outras carreiras e outros espaços de poder”, afirmou.
Para a presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade, Suena Mourão, é importante que este dia seja não apenas de celebração, mas também de reflexão sobre as barreiras que ainda precisam ser derrubadas e as desigualdades que ainda persistem. “Hoje é um dia para honrarmos nossa ancestralidade, para reconhecer a importância da luta e das conquistas de todas as mulheres negras que nos antecederam. É, também, momento de brindarmos nossa união, nossa diversidade e potência em busca de mudanças, reafirmando o inegável valor das mulheres negras no avanço social”, finalizou.
Sobre a data
Criada em 1992, a celebração teve origem no 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana. Ao longo dos anos, a data tem se consolidado como um símbolo de resistência e empoderamento, inspirando gerações e proporcionando um espaço para que essas vozes sejam ouvidas e valorizadas, para reafirmar a necessidade de combate ao racismo e ao sexismo vivido até hoje por mulheres que sofrem com a discriminação racial, social e de gênero.
As histórias de superação e resiliência de muitas dessas mulheres são um exemplo inspirador para todos. São exemplos de inspiração Tereza de Benguela, líder quilombola que combateu o governo escravista; Dandara dos Palmares, personalidade marcante do Quilombo dos Palmares; Maria Felipa de Oliveira; símbolo do protagonismo feminista negro e popular na Independência nacional; Carolina Maria de Jesus, uma das principais escritoras negras do país; Antonieta de Barros, primeira negra a assumir mandato popular; Maria Beatriz Nascimento, historiadora, professora, roteirista, poeta, e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres brasileiras; Lélia Gonzales, pioneira no estudo cultura negra no Brasil. E, finalmente, Esperança Garcia, mulher negra, escravizada, reconhecida pelo CFOAB como a primeira advogada do Brasil.